Sobre a premiação Bola de Ouro da Fifa

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Lista de vencedores e algumas considerações na premiação do Ballon D’Or da Fifa/France Football:

SELEÇÃO DO ANO – Goleiro: Manuel Neuer (Bayern de Munique e Alemanha). Defensores – Sergio Ramos (Real Madrid e Espanha), Thiago Silva (Paris Saint-Germain e Brasil), David Luiz (Paris Saint-Germain e Brasil) e Philipp Lahm (Bayern de Munique e Alemanha). Meio-campistas: Ángel Di María (Manchester United e Argentina), Toni Kroos (Real Madrid e Alemanha) e Andrés Iniesta (Barcelona e Espanha). Atacantes: Arjen Robben (Bayern de Munique e Holanda), Lionel Messi (Barcelona e Argentina) e Cristiano Ronaldo (Real Madrid e Portugal).

Desta lista, as escolhas de David Luiz e Thiago Silva são as mais polêmicas, principalmente após o fracasso da Seleção Brasileira na Copa. Vejo, porém, os dois como os melhores zagueiros do mundo, independente do desempenho no Mundial. David Luiz, inclusive, era o melhor jogador da competição até o fatídico 7×1. Thiago Silva, nem se fala. É o melhor zagueiro do mundo há alguns anos. Na minha seleção, apenas Iniesta sairia para a entrada de Javier Mascherano, que foi um monstro na Copa e manteve uma ótima regularidade no Barcelona.

SELEÇÃO

PRÊMIO PRESIDENCIAL – Hiroshi Kagawa

O ex-jogador e jornalista japonês foi o correspondente mais velho a participar de uma Copa do Mundo, aos 89 anos. Cobre o futebol desde os anos 60 e foi um dos maiores incentivadores do esporte no Japão e em outros países asiáticos.

Hiroshi Kagawa

PRÊMIO FAIR PLAY – Voluntários da FIFA na Copa do Mundo

Trabalhar de graça enquanto a FIFA ganha milhões é ter, realmente, muito Fair Play. Ter Fair Play, entretanto, é um dos sinônimos de ser muito otário após essa premiação. Enfim, a FIFA economizou até com a confecção da taça para ser entregue ao fazer essa escolha. Besta é tu.

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MELHOR TREINADOR (FUTEBOL FEMININO) – Ralf Kellermann

Bicampeão da Champions League feminina. Parabéns para ele, mas eu não pretendo ver futebol feminino nem tão cedo. Não é legal.

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MELHOR TREINADOR (FUTEBOL MASCULINO) – Joachim Löw

Sim, o melhor treinador de esportes coletivos do mundo. Genial, incontestável, mas quem fez o melhor trabalho em 2013/2014 foi Diego Simeone. Pesou a Copa. E como não pesaria?

Loew

PRÊMIO PUSKAS – James Rodriguez

Golaço numa Copa do Mundo, em um jogo decisivo e no Maracanã lotado. Beleza e contexto insuperável. Premiação justa.

JAMES

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MELHOR JOGADORA – Nadine Kessler

Não joga mais que a Marta, apenas é a capitã do Wolfsburg bicampeão europeu. Tanto faz.

Nadine KESSLER

MELHOR JOGADOR – Cristiano Ronaldo

Fez mais uma temporada sobrenatural e conquistou La Décima pelo Real Madrid. Fez mais gols do que jogos disputados e se tornou o maior artilheiro de uma só edição da Uefa Champions League. Incontestável.

RONALDO

Thiago Silva: Nem sempre quem chora, mama…

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Defendi Thiago Silva e sua capacidade de ser capitão da Seleção Brasileira de forma irrestrita durante a Copa do Mundo, pois os argumentos utilizados para contestá-lo eram mais do que vagos: eram oportunistas e desqualificados.

Durante esse início da nova Era Dunga, porém, com declarações chorosas e egocêntricas sobre a perda da braçadeira e da posição de titular, aquele que considero o melhor zagueiro do mundo conseguiu inabilitar-se não só a ser o capitão, mas também de fazer parte da Seleção. Grupo de atletas algum admite uma liderança autocrática.

Em nenhum momento concordei com a ideia de Neymar ser capitão da equipe. Ele é uma liderança técnico-carismática, não psicológico-motivacional. Exceto quando trata-se de um David Beckham já maduro e com experiência para passar aos mais jovens, sou contra a metrossexualidade liderando um grupo de atletas. Principalmente de uma figura de personalidade tão fraca quanto o nosso camisa 10. Neymar, enquanto capitão, é o anti-Dunga, sobretudo.

A questão é que Thiago Silva invadiu uma área de decisão que não é dele e, mesmo sem ter participado em campo do 7×1, conseguiu a proeza de se transformar, para Dunga e para o grupo, num resquício desse momento vergonhoso, quando na verdade ele deveria trabalhar calado e mostrar maturidade dentro de campo e nos bastidores, ao invés de chorar como um garotinho mimado.

O trabalho de Dunga, por enquanto, é inquestionável. Por mais que a braçadeira de capitão esteja, ao meu ver, no braço errado, ele está emulando uma renovação e entregando resultados no momento mais crítico da história da Seleção, com uma mudança de postura e a reconquista da autoestima perdida na tragédia do Mineirão. Já Thiago Silva, tal como uma criança mimada, precisa ficar de castigo. E talvez ele não aprenda a lição a tempo.

No Palavras do Guma

2018 começa agora!

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Não tive tempo de falar sobre a primeira convocação de Dunga, mas vamos comentar agora, nome por nome, bem rapidinho:

Goleiros

Jefferson (Botafogo): Goleirão, mas só vai segurar a rapadura enquanto Neto e Rafael Cabral pegam cancha para serem os titulares. Joga, talvez, a Copa América.

Rafael Cabral (Napoli): Vai jogar a temporada inteira no Napoli e deverá ser o herdeiro natural da camisa 1 (ou 12). Novidade que previ aqui no PdG 

Mais opções de Dunga para o gol:

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Laterais-direitos

Maicon (Roma): Óbvio que não vai jogar a Copa do Mundo, mas pode ser importante na transição e elevar o nível dos treinos.

Danilo (Porto): É mais seguro e mentalmente equilibrado do que Rafael do Man Utd, por isso foi convocado. Outro novidade que previ aqui no PdG.

Mais opções de Dunga para a lateral-direita:

laterais-direitos

Laterais-esquerdos

Filipe Luis (Chelsea): Melhor lateral esquerdo brasileiro em atividade, mas sem idade para disputar a próxima Copa em seu melhor nível.

Alex Sandro (Porto): Deverá ser o reserva de Marcelo durante a Era Dunga. Mais uma novidade que previ aqui no Blog.

Mais opções de Dunga para a lateral-esquerda:

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Zagueiros

David Luiz (Paris Saint-Germain): Indiscutível. Será um dos pilares da montagem do time de Dunga.

Marquinhos (Paris Saint-Germain): Em breve vai atingir o nível de David Luiz e Thiago Silva. Nome certo em todas as competições pelo Brasil de agora em diante. Já havia adiantado sua convocação aqui no PdG.

Miranda (Atlético de Madrid): Deveria ter ido ao mundial e provavelmente não vai ter condições de chegar em 2018 em boa forma.

Gil (Corinthians): Ótimo zagueiro, mas foi convocado para ser observado e por Thiago Silva ter se lesionado.

Mais opções de Dunga para a zaga:

zagueiros

Volantes

Fernandinho (Manchester City): Outro que não vai ter idade pra jogar na Seleção em 2018.

Luiz Gustavo (Wolfsburg): Titular absoluto. Será até 2018.

Elias (Corinthians): Um Paulinho, só que em boa fase. Apesar de ter idade compatível, não creio que se mantenha até 2018.

Ramires (Chelsea): O primeiro amor de Dunga.

Mais opções de Dunga para a volância:

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Meias

Everton Ribeiro (Cruzeiro): Melhor jogador em atividade no futebol brasileiro. Se a camisa não pesar, pode fazer parte do grupo até o mundial. Adiantei essa novidade aqui no blog.

Oscar (Chelsea): Indiscutível, apesar de ter sido tão criticado.

Willian (Chelsea): Convocação justa, mas precisa lutar com mais vontade pelo seu espaço na Seleção.

Ricardo Goulart (Cruzeiro): Pela fase, ótima convocação. O problema é encaixá-lo no time, já que taticamente o Cruzeiro favorece demais seu futebol e seleção é outra história.

Philippe Coutinho (Liverpool): Deveria estar na última Copa e estará na próxima. Melhor jogador brasileiro em atividade na Europa. Já havia adiantado sua convocação aqui no Palavras Do Güma.

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Atacantes

Diego Tardelli (Atlético): Quebra-galho.

Hulk (Zenit): Indiscutível. Monstro.

Neymar (Barcelona): Mais bola e menos selfies, per favore!

Mais opções de Dunga para o meio-campo e ataque:

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Brasil: Geração 2018 – Zagueiros

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Apesar da chuva de gols sofridos na Copa, o Brasil com Thiago Silva e David Luiz continua a ter a melhor dupla de zaga do mundo e com condição de jogar mais um mundial. Como se não bastasse, eles agora vão jogar juntos pelo PSG, aprimorando ainda mais o entrosamento dos dois. Além disso, os jovens zagueiros que vêm para disputar uma vaga na Copa da Rússia também são de uma qualidade impressionante.

Thiago Silva (PSG) – 29 anos

Thiago Silva (PSG)

O jogador do PSG estará com 33 anos em 2018, mas ninguém duvida que o atual melhor zagueiro do mundo se manterá em forma até lá. Caso não consiga, porém, sua importância no âmbito da liderança será muito útil na transição de uma seleção humilhantemente derrotada para outra, completamente diferente, com condições de ser campeã. Thiago Silva tem que continuar no time e continuar capitão.

David Luiz (PSG) – 27 anos

David Luiz (PSG)

Outrora um ilustre desconhecido para a maioria dos brasileiros (não para mim, que acompanhava o futebol português), David Luiz foi para o futebol inglês e na Seleção se tornou uma referência maior até do que Neymar para a torcida brasileira, pois aliava o carisma à capacidade técnica juntamente com a raça e a virilidade (coisa que o o nosso Camisa 10 talvez nunca tenha). Na Copa, foi o melhor jogador do Brasil até o fatídico Mineirazo, quando se posicionou mal em vários lances, tanto contra a Alemanha quanto contra a Holanda. Apesar disso, é um jogador de apenas 27 anos, com muita lenha para queimar. Tem de permanecer no time.

Dedé (Cruzeiro) – 26 anos

Dedé (Cruzeiro)

Apelidado de Dedéckembauer pela torcida vascaína, surgiu como um futuro titular de Seleção Brasileira, mas teve problemas físicos e técnicos que facilitaram sua saída do Vasco para o Cruzeiro. Lá, Dedé voltou a jogar bem, foi um dos melhores zagueiros do Brasileirão, mas não conseguiu cativar Felipão e ficou fora do mundial. Caso evolua, jogue num bom clube da Europa e não apresente contingências físicas, tem enormes chances de disputar sua primeira e provavelmente única Copa.

Manoel (Cruzeiro) – 24 anos

Manoel (Cruzeiro)

Outro zagueiro com chances de vestir a Amarelinha é o novo contratado do Cruzeiro, Manoel. Para mim, ele foi o melhor zagueiro da temporada passada, com muito vigor físico e ótimo posicionamento. Não deve demorar muito no futebol brasileiro e se fizer uma boa transição para a Europa terá chances claras de disputar a Copa, em seu auge físico, aos 28 anos.

Juan (Inter de Milão) – 23 anos

Juan (Inter de Milão)

Após desempenho questionável nas Olimpíadas de Londres, Juan não foi mais chamado por Mano Menezes, muito menos por Felipão. Entretanto, foi se firmando na Inter de Milão e hoje, se não é titular absoluto, participa ativamente da rotação do plantel do time, fazendo muitos jogos por ano. Tem evoluído tanto física quanto tecnicamente e pode chegarem 2018 com condições de lutar por uma vaga no grupo que vai jogar na Rússia.

Marquinhos (PSG) – 20 anos

Marquinhos (PSG)

Contratado a peso de ouro pelo PSG, o ex-romanista é um talento tão óbvio quanto precoce. Estava cotado para disputar a Copa no Brasil, mas foi preterido pelo contestado Henrique, não pela capacidade, mas pelo relacionamento que precedeu a convocação. Foi uma pena ele não ter adquirido a experiência de um mundial, mas tem apenas 20 anos e, pra mim, é nome certo na próxima Copa.

Dória (Botafogo) – 19 anos

Dória (Botafogo)

O jovem botafoguense ao meu ver é outro nome quase certo para estar na Rússia. Exceto que se perca pelo caminho ou algum excepcional prodígio precoce surja, Dória será chamado constantemente pelo próximo treinador, além de se tornar um dos melhores zagueiros do mundo. Alto, ágil, inteligente em seu posicionamento em campo, por vezes é difícil lembrar que só tem 19 anos

RAPIDINHAS DA COPA: Analisando o Inanalisável

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1- Nunca um auxiliar foi tão nocivo a um grupo de jogadores. Não tiro os desméritos de Scolari, mas Parreira foi o arauto da soberba e retroalimentou uma pressão que seria natural, transformando-a num sentimento sobre-humano. Além disso, dava pra sentir que Felipão não se sentia a vontade para ser ele mesmo, para bater com o pau na mesa e promover um choque de realidade dentro dos vestiários.

2- Dizer que a nossa geração de jogadores não é boa é cair num clicherismo quase que bipolar para quem dizia que o Brasil era favorito ao título antes de 12 de junho. Essa é uma geração muito jovem, não ruim. Dentre os mais experientes, temos a melhor dupla de zaga do planeta, os melhores laterais ofensivos do mundo e uma porção de bons volantes que sabem sair pro jogo. Organizando-se isso, basta agregar valor ao time com talento e obediência tática dos outros bons valores que temos. Pronto, temos um time competitivo. Teríamos, no caso.

3- Não bastava a equipe treinar no clima ameno de Teresópolis enquanto a Alemanha foi para o calor de Santa Cruz Cabrália. O bando do Scolari se deu ao luxo de não treinar várias vezes e quando treinou não o fez num ritmo forte. Na Copa das Confederações a rotina, apesar de ter sido no mesma Granja Comary, foi bem diferente. Teve intensidade e o que viu-se em campo foi uma equipe com obediência tática, pernas em forma e, acima de tudo, colhões de aço. Exatamente o que não se viu no jogo de ontem.

4- A falta de colhões supracitada é também um problema psicológico, mas não tem nada a ver com chorar cantando o hino, antes de uma disputa de pênaltis ou qualquer outra coisa que fez parte da verborreia do mentalmente limitado jornalismo esportivo brasileiro. Thiago Silva tem muito mais perfil de capitão do que tinha o Cafu, por exemplo. Se isolar em choro e optar por não bater um dos pênaltis contra o Chile não quis dizer que ele era despreparado para o cargo, mas que tinha a hombridade de dizer que não estava confiante naquele momento.  Se sacrificou pelo bem do time. David Luiz, depois daquele momento, seria a melhor opção para assumir a braçadeira, mas tirá-la de Thiago também tiraria um pouco da confiança daquele que é atualmente o melhor zagueiro do mundo.

5- Falando do jogo, ignorar o total favoritismo alemão e atacar como se não pudesse haver consequências graves foi mais do que imprudência, foi burrice. Não povoar de maneira inteligente o ponto forte deles, o meio-campo, de uma forma em que Klose ficasse tão isolado que se sentiria um Fred não foi falha de estratégia, foi auto-sabotagem. Pôr um menino de 20 anos, reserva no Shakhtar, numa semifinal de Copa do Mundo, para substituir o atleta mais talentoso do time não foi um erro, foi um suicídio futebolístico.

6- Bastava pôr o Hernanes ao lado de Fernandinho, deixar o Luiz Gustavo como primeiro volante, abrir Oscar pela esquerda e Hulk pela direita cortando pro meio para as passagens dos laterais e chegada dos volantes e deixar Fred segurando a linha defensiva alemã, descompactando o adversário e facilitando uma marcação por pressão, fazendo com que a Alemanha não utilizasse a sua principal arma: o toque de bola. Não é preciso ser gênio para pensar nesse estratagema, apenas entender o mínimo para querer ser profissional ou comentarista de futebol.

7- Duas alternativas táticas, mal treinadas e de forma 100% aberta: isso é o que foi trabalhado em um mês e meio de atividades pela comissão técnica brasileira. Depois, a torcida burra se presta a vaiar Fred, que não escolheu estar em má fase ou se escalou sozinho. Levar sete gols da Alemanha, pensando bem, não foi um “Black Swan”. Tal como o jogo, essa rapidinha teve sete, mas com caixa pra dez.

RAPIDINHAS DA COPA: Pré-jogo Brasil x Alemanha

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1- Me preocupo muito mais com a ausência de Thiago Silva do que com a do Neymar. A liderança técnico-física desse time é a dupla de zaga. A liderança tática é exercida por Luiz Gustavo, Hulk e Oscar. Neymar estava fazendo gols, não jogando bem.

2- Felipão tem a faca e o queijo nas mãos. Pode agora estabilizar Luiz Gustavo como primeiro volante na frente da zaga sem desequilibrar a cobertura dos laterais, que poderia ser auxiliada ora por Fernandinho, ora por Hernanes, a única opção para melhorar a saída de bola do time.

3- Quem falar que Brasil x Alemanha é a final antecipada da Copa merece apanhar de cabo de antena.

4- Philipp Lahm é o ouro da defesa Alemã. É em cima dele que o Brasil tem que jogar, estabelecendo uma situação em que Marcelo, juntamente com os meias que atuem no lado esquerdo do ataque, agrida de forma pesada essa área do campo do time de Löw.

5- Podem me chamar de louco, mas esse é o jogo pro Fred. Talvez nem para fazer gols, mas para segurar os zagueiros e abrir espaços para Hulk e Oscar entre a dupla de zaga e a dupla de volantes. De qualquer forma, centroavante mordido, por pior que seja, é mais perigoso.

6- Como venho frisando, o Brasil só vai ganhar alguma coisa nessa Copa se o Hulk brilhar. Agora mais do que nunca.

7- David Luiz é o melhor jogador da COPA até agora. Quase um Beckembauer.